Brasil tem potencial para ser referência internacional em tecnologia de identificação, dizem especialistas
O Brasil tem potencial para se tornar uma referência internacional em tecnologia de identificação e autenticação digital, entendem especialistas que participaram do painel de abertura do Mobi-ID, seminário organizado por Mobile Time, nesta quarta-feira, 19. A diversidade étnica do País favorece o aprimoramento de algoritmos de reconhecimento facial, ao mesmo tempo em que a a sofisticação do mercado financeiro nacional puxa a demanda por soluções de identificação e autenticação para combater os altos volumes de tentativas de fraude, explicam representantes de Valid, Unico, Mastercard e D4Sign presentes no painel. América Latina e África são apontados como os mercados mais atraentes para a expansão internacional das empresas brasileiras desse setor.
“Mesmo países da América Latina, eles estão muito atrás (das empresas brasileiras). Muitas das tecnologias vão sair do Brasil. Nós podemos exportar tecnologia, pois as dores são semelhantes no exterior. Somos referência em ID digital e a exportação será rápida”, disse Gabriela Onofre, sócia e vice-presidente de comunicação e marketing da Unico. “Até olhando para o mercado financeiro nacional, ele é mais evoluído que muitos países grandes”, completou.
Um exemplo de empresa que pode exportar suas soluções de identidade digital e autenticação ao exterior é a Valid. Segundo Pedro Alves, head de estratégia de identidade da empresa, o fato de o Brasil ser referência no setor e ter projetos como o RG Digital, CNH Digital e Carteira de Identidade Nacional (CIN) abrem caminho para levar esses projetos para outras regiões, como África e América Latina. Alves afirmou ainda que o fato de sermos um País com forte diversidade permite criar e adaptar bons algoritmos de reconhecimento de identidade.
Atualmente com 100 clientes na América Latina, a D4Sign é uma empresa que mira expandir sua operação na região. Para isso, Rafael Figueiredo, CEO e cofundador da D4Sign, explicou que tentarão enraizar a solução de assinatura eletrônica em países como Argentina, Uruguai e Paraguai, em “um movimento de internacionalização” da empresa.
Por sua vez, a Mastercard trouxe para o Brasil sua solução de identidade digital logo após apresentar para o consumidor australiano. Com clientes como o Centro Universitário Santo Agostinho, no Piauí, a startup Amigo Edu e o complexo de hotéis Brasil 21, em Brasília, a bandeira vê o País como um potencial celeiro para uso dessa sua solução.
“No Brasil temos uma diversidade de companhias desenvolvendo tecnologia. Em outros países são players internacionais vendendo a tecnologia”, disse Marcelo Bellini, vice-presidente de produtos de identidade digital na América Latina e Caribe da Mastercard. “Escolhemos o Brasil por ter predisposição a usar essa tecnologia. Outro motivo é para montar parcerias para desenvolver a rede. É todo um ambiente que favorece o Brasil ser escolhido”, concluiu.